segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Do Dia dos Namorados

Não me considero apaixonada ou profundamente enamorada de ninguém. Sinceramente acho que nunca me senti de tal modo - uma coisa são paixonetas parolas, outra é amor. Vão ver a teoria de Sternberg se têm dúvidas. 
Assim sendo, o Dia dos Namorados, ou de São Valentim, ou das Empresas Chocolateiras e Floristas, lda. nunca me disse mais do que "meu deus isto é tortura?". Vinte anos (bem não tantos mas não me lembro do momento em que tomei consciência desta data) de aturar propaganda e coisas lamechas às quais nunca tive direito. Mind you, já tive relações mais-ou-menos amorosas. Quando era uma pré-adolescente. Mas isso é uma história que não é para aqui chamada. O ponto fulcral é este: o Dia de São Valentim é algo que me parece injusto. 
Os casalinhos são todos felizes e melosos neste dia, ainda mais do que nos restantes 364 (ou 365 se forem anos bissextos) o que me causa, não cáries, como uma pessoa qualquer disse num post que fiz no facebook - porque isso implica eu "engolir" a melosidade de bom grado - mas sim náuseas - por favor parem. É tudo muito fofinho e flores e peluches e prendinhas etc e tal, mas há pessoas que exageram. 
E agora vem o outro lado. Há quem pense que quem diz mal do dia de São Valentim é simplesmente invejoso e solteiro. Well, damn right! E não me venham com coisas de "há mas eu não..." porque é verdade. Até eu, sarcástica, coração congelado e geralmente apagada de qualquer gesto carinhoso, o afirmo: tudo isto é inveja e cobiça. Se calhar não pelas mesmas razões, mas eu também quero ter alguém que goste de mim romanticamente e também quero ter alguém de quem eu goste tanto que me dê aquilo a que os autores de romances e novelas chamam "borboletas na barriga/no estómago", também quero flores e peluches e chocolates e postais (mostly os peluches e os postais, embora não diga que não a uma tablete de milka morango). Quero alguém que me compreenda tão profundamente que saiba como me fazer sorrir e como me impedir de chorar. Mas não tenho tal pessoa, nem de longe nem de perto. Embora de longe, seja uma perita em paixonetas vazias. Uma estudiosa mesmo. 
O Dia dos Namorados é pois um dia que serve para me lembrar que continuo que nem estátua viva à espera que alguém me dê uma moeda para me mexer. E assim aqui continuarei, mais um ano, mais 366 dias, porque o ano é bissexto, à espera que para o ano seja "o ano" - é algo que eu e uma amiga minha dizemos todos os anos: "este é o ano em que arranjamos namorado" -, so far, dumb luck. 
Para terminar, e para mostrar que não sou assim tão azeda, sempre tive uma fantasia, sonho, desejo? Algo assim. Que o pedido perfeito de namoro (ainda se usam destas coisas? bem se não uma confissão também era bom) seria no dia dos namorados, com direito a postais foleiros com piadas privadas e a uma rosa solitária, num jardim ou café. Ou no meio da rua mesmo. E que tudo seria bonito e roxo (nota: substitui o cliché do cor-de-rosa porque só se pode ter um número limitado de clichés maus por post).
E todo este post mostra que eu sou de facto uma pessoa romântica e old-fashioned e que a maioria das pessoas assumiu exactamente o oposto de mim, como sempre.
Sejam todos muito felizes com os vossos amores e flores e prendinhas que eu e as minhas personagens ficcionais também o somos.

1 comentário:

  1. Epá este é o primeiro ano da minha vida com namorado e sabes qe mais: tou-me a cagar. Dia dos namorados é sempre qe tou com ele e ponto final.

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